Avaliação Psicológica Infantil: Cuidados e Recomendações

A avaliação psicológica é um recurso essencial do profissional da Psicologia. Avaliar ainda traz consigo uma carga de estereotipação que é preciso tomar cuidado para não reproduzir. No que tange a crianças o cuidado tem que ser muito maior já que o indivíduo pode carregar consigo um rótulo que mais vai causas danos do que ajudar no desenvolvimento.

Ser psicólogo é trabalhar com pessoas a todo momento, saber ouvir, buscar compreender, fazer refletir. Porém às vezes nosso trabalho precisa ser mais minucioso e rígido, baseado por testes psicológicos.

Somente o (a) psicólogo (a) pode aplicar testes psicológicos, sendo vetado por lei o uso por qualquer outro tipo de profissional. Então a demanda pela testagem é grande, tanto por motivos de avaliação como de diagnóstico clínico. É responsabilidade do profissional aplicar testes de maneira ética, somente exercendo esse viés se estiver devidamente preparado, ou poderá causar muitos danos psíquicos e sociais ao cliente.

Quando a testagem é direcionada ao infanto ou ao adolescente é preciso ter um cuidado ainda maior. Crianças e jovens estão em pleno desenvolvimento de suas capacidades físicas, psíquicas e sociais. Encontram-se em uma fase delicada em que os valores são transmitidos, comportamentos são adquiridos ou reprimidos, e sentimentos se aguçam.

As escolas cada vez mais encaminham crianças desde a mais tenra idade para avaliação psicológica, buscando um diagnóstico que explique comportamento que eles considerem repreensíveis, mesmo que por vezes não seja. Fica sob responsabilidade do psicólogo dar a palavra final.

Ao diagnosticar um transtorno ou distúrbio é preciso ter cuidado especial com o parecer que fará a devolução ao solicitante dessa avaliação, pois muitos profissionais acabam rotulando a pessoa e fazendo com que ela mesma se enxergue como doente e incapaz de lidar e vencer a adversidade que se confirma com a testagem.

No diagnóstico infantil essa patologia pode acompanhá-la para o resto de sua vida, fazendo com que sofra preconceitos e que imponha limites para si mesma, como se aquele diagnóstico feito em um período do ciclo vital em que o ser é totalmente maleável e está em mutação constante fosse determinante e final.

É inegável a importância dessa ferramenta, inclusive para estabelecer um plano de atendimento clínico adequado para que a adversidade encontrada possa ser superada ou para que o paciente aprenda a lidar com ela da melhor forma possível, mas é essencial estarmos alertas para que uma avaliação não seja sinônimo de patologização.

Autor(a)

Vanessa Ruffatto Gregoviski

Psicóloga formada pela Universidade de Passo Fundo. Pós Graduanda em Saúde Mental da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

Contato

vane.ruffatto2@hotmail.com


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