Amazônia é fator de destaque na luta para frear as mudanças climáticas

Pesquisadores destacam em evento a contribuição das florestas tropicais para a absorção do CO2 emitido por atividades humanas e os perigos do desmatamento


Durante a 5ª Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas Globais realizado pelo Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Mudanças Climáticas, Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo e o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas o painel dedicado ao tema "Florestas Tropicais e Sustentabilidade" foi coordenado por Thelma Krug mostrou que o combate às Mudanças Climáticas envolve o enfrentamento do desmatamento e a promoção de iniciativas de reflorestamento em larga escala da Amazônia visando aumentar o armazenamento de carbono na biosfera terrestre.

Thelma Krug apresentou dados divulgados em 2014, no Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, e destacou a importante contribuição das florestas tropicais como sumidouros de carbono, ou seja, para a absorção de parte do CO2 emitido pelas atividades humanas.

Segundo a pesquisadora Das emissões totais anuais, 30% aproximadamente acabam retornando para a biosfera terrestre e outros 30% são sequestrados pelos oceanos. Cerca de 40% permanecem na atmosfera. O CO2 é considerado um dos gases mais críticos, pois cerca de 30% permanecem por mais de cem anos na atmosfera.

Durante o encontro o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas, Carlos Nobre, falou sobre os desafios para preservar a Amazônia. Nobre lembra que foi o INPE quem primeiro alertou sobre o problemas do desmatamento que começou com a expansão da fronteira agrícola nos anos 70, colocando em xeque a estabilidade do bioma e comprometendo sua capacidade de reter o carbono no solo alem da questão da biodiversidade, que no caso amazônico detém cerca de 10% e todas as espécies do planeta.

O pesquisador também comentou sobre os estudos acerca da possível savanização da Amazônia que trabalha na linha de um limite máximo para o desmatamento, sendo que ao ultrapassar tal limite ( cerca de 40% ) a floresta chegaria em um ponto de não retorno, significando que ela não conseguiria se regenerar, tonando-se uma savana como as africanas.

Segundo Nobre Até 2004, havia uma ideia clara entre os economistas de que o desmatamento era controlado pela demanda de grãos e proteína animal e de que a economia controlava a taxa de ocupação na Amazônia. Mas tivemos uma política muito bem-sucedida a partir de 2004, reforçada em 2008, e com muita vigilância e conscientização o desmatamento despencou. No entanto, o preço da carne e da soja continuou a subir e a produção agrícola só aumentou no período. Isso mostra que há um desacoplamento entre os dois fatores.

Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia ( Ipam ), enfatizou que a ciência tem papel fundamental para frear o desmatamento amazônico.

Mais informações na matéria de Karina Toledo | Agência FAPESP

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