Pesquisadores da USP constatam que bolhas produzidas pela cigarrinha-da-raiz, que é uma importante praga da cana-de-açúcar, atuam como isolante térmico, mantendo a temperatura ideal para seu desenvolvimento
Durante o verão é possível observar no solo de canaviais, próximo à raiz da cana-de-açúcar, uma espuma semelhante à de sabão que envolve o corpo de um inseto conhecido popularmente como cigarrinha-da-raiz. A descoberta, feita durante um estudo realizado no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Semioquímicos na Agricultura, foi publicada em um artigo na revista Scientific Reports.
O estudo do inseto mostra que, enquanto as temperaturas externas variaram entre 24,4 °C e 29,2 °C, a temperatura no interior da espuma se manteve constante ao longo do dia, em torno de 25 °C. A temperatura é a ideal para o desenvolvimento do inseto.
Confirmamos que a espuma promove proteção térmica aos insetos durante essa fase de seu desenvolvimento
, afirmou Mateus Tonelli, doutorando em entomologia na Esalq e um dos autores do estudo.
A espuma produzida pelo inseto é feita a partir da própria seiva da cana, do qual a cigarrinha-da-raiz se alimenta, além de ar e de moléculas de ácidos palmítico e esteárico, proteínas e carboidratos, que reduzem a tensão superficial e interfacial para formar emulsões.
O conhecimento sobre as propriedades físicas e químicas da espuma que protege a cigarrinha-da-raiz pode abrir a possibilidade de desenvolvimento de compostos que possibilitem impedir a formação das bolhas pelo inseto e, consequentemente, controlar a praga.
Mais informações na matéria de Elton Alisson | Agência FAPESP
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